A Importância da Fisioterapia Respiratória e da Fonoaudiologia no Atendimento a Pacientes com ELA
- Rosane Castello
- 23 de mar.
- 2 min de leitura
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa progressiva que compromete a musculatura voluntária, incluindo os músculos respiratórios e a musculatura orofaríngea. O acometimento dessas estruturas leva a uma série de complicações que comprometem a ventilação pulmonar e a deglutição, tornando essencial a atuação conjunta da fisioterapia respiratória e da fonoaudiologia.
A fraqueza dos músculos respiratórios na ELA resulta em hipoventilação alveolar, inicialmente perceptível durante o sono REM, com sintomas como despertares frequentes, cefaleia matinal e sonolência diurna. Com a progressão da doença, a fraqueza do diafragma e da musculatura expiratória prejudica a capacidade de tossir efetivamente, levando ao acúmulo de secreções e aumentando o risco de infecções respiratórias graves, como pneumonia.
A fonoaudiologia desempenha um papel fundamental na reabilitação da musculatura orofaríngea, prevenindo broncoaspirações e melhorando a segurança da deglutição. O comprometimento da glote e da coordenação respiratória interfere diretamente na capacidade do paciente de gerar uma tosse eficaz. Assim, o trabalho integrado entre fisioterapia respiratória e fonoaudiologia visa otimizar a proteção das vias aéreas, minimizando riscos de complicações respiratórias.
A avaliação conjunta permite a identificação precoce das alterações respiratórias e de deglutição, viabilizando a implementação de estratégias terapêuticas adequadas. A fisioterapia respiratória emprega técnicas como empilhamento de ar, ventilação mecânica não invasiva e dispositivos de assistência à tosse (Cough Assist®) para manter uma ventilação eficaz. A fonoaudiologia, por sua vez, intervém na adaptação da alimentação, no fortalecimento da musculatura orofaríngea e na orientação de estratégias para minimizar o risco de aspiração.
Diante do impacto respiratório da ELA, é fundamental que os pacientes sejam acompanhados regularmente por profissionais especializados. A integração entre fonoaudiologia e fisioterapia respiratória não apenas melhora a qualidade de vida, mas também pode prolongar a sobrevida e reduzir complicações associadas à doença. O suporte ventilatório adequado, aliado à intervenção fonoaudiológica, é essencial para garantir um manejo eficaz e humanizado da ELA.
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